Grupo de escritas automáticas (v. 01)

Meu jeito de lidar com os problemas é rir deles! Todas as vezes que me vi olhando pela janela e veio a mente uma perguntinha, uma questão, um receio, um medo de não saber, eu sempre olho de lado um sorrisinho no canto da boca e a bravura do riso me assombra. Há sempre uma resposta cretina ou cínica pra tudo! Que grande prazer debochar de cada um dos grandes monstros que assolam o mundo, toda versão esporádica de alguém que aponta um dedo ou se engrandece, mas também as pequenas tristezas e melancolias, e talvez a falta de dinheiro ou as escolhas erradas. Eu prefiro rir! Se cada vez que algo desse errado eu tivesse apenas dado uma boa gargalhada para espantar o que ficou por ali, acho que até eu me espantaria, um princípio do espanto. E se eu espantasse quem sabe eu também não fugisse e fugir fosse uma respota, e, você sabe, pudesse então não estar aqui mais, mas sim num constante ir para algum lugar outro, fugindo sempre. Eu me espantando como se espanta um rato que fuça o lixo do lado de fora da casa de madrugada, ou um gato que entrou no quintal, uma barata quando se acende uma luz, eu me espantaria, e fugiria morrendo de medo de mim mesmo enquanto o eu que me espantou estaria rindo da minha própria covardia. Sou eu mesmo o meu próprio problema, as vezes. Aqui entre nós, rir na própria cara na frente do espelho para que a incredulidade esteja ao alcance dos olhos, é uma boa resposta para algumas perguntas infalíveis.

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