...e agonia de ficar sempre aqui

Você nunca me decepcionou, até esta vez. Desta vez, eu vim esperando sorrisos e você me entregou silêncios. Vim trazendo esperanças e você me relegou a solidão que eu desejava. Vim em busca de companhias, de abraços. E você só me deu sua garoa de sempre.
Quando garoa, parece que você está me dizendo que eu sou sempre bem-vindo, que eu posso voltar quando eu quiser e que meu lugar é contigo - entre esses vãos e tantas sombras. Quando garoa, parece que você me ama, até, acredita? Parece que eu sinto que você toca de leve a minha alma e vai me levando devagarinho pela vida. É um sinal de que nós ainda nos pertencemos.
Mas até quando isso dura? Até quando eu ainda vou aguardar ansioso a próxima vez, até quando eu vou te desejar em silêncio, sem nenhuma gota de chuva? E se um dia você deixar de me amar, pode apostar que ainda sou todo seu. E se eu deixar de ser todo seu, pode apostar alguma coisa? Pode cair no jogo de azar, remar contra as certezas e não me ver mais em você, nas suas artérias e pequeninas veias. Nunca morei em seu coração, verdade seja dita... - mas se você deixar de me amar, pode apostar que eu ainda sou todo seu.

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