pequenininha
As vezes me dá uma vontade de ir morar em outro lugar, viver com outras pessoas. Poder nadar no mar quando quiser ou ter muitas cidades coladas em mim. Viver de noite, pregar os olhos em tantos quantos forem os espetáculos deles - deles todos, qualquer um deles ou todos eles, se assim pudesse ser. Não tem nenhum desses aqui. Ter até tem, mas parece corroído e desgastado, fraco, insensível.
Queria poder ir viver com eles, um tempo longe daqui. Um tempo, só. Nada que não fosse tão irresistível, irresponsável, inconcebível - nada que não fosse eu. Aquela loucura que eu cometi e que eu nunca contei pra ninguém e que eu nunca terminei e que eu podia ter ido além - parece que ela bate na minha porta o tempo todo.
Bom. Se pudesse escolher, gostaria de viver tudo que não vivo, pra sentir saudade de tudo. No entanto, não posso. Aí fico olhando da vitrine virtual umas quantas fotos, uns pedaços de futuro que não existe, uns universos paralelos e uns sonhos. Acho que eu quero estar lá, com todos eles.
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