c e r ú l e o

Desistindo do oposto travesso vou levando de colher todo o resto. Vou levando vagaroso assim assim querendo dizer que sim mas só dizendo que não. Pode ser que não seja nada além de mim ali fora mexendo nos arbustos perto do latão de lixo. Pode ser. Vou assim também girando no meu eixo vendo outras coisas sempre do meu lugar parado gira-gira. Bordô colorido flamejante vai criando e construindo gosto de chuva também bolinhos além de avós gerais e comuns. Muitos móveis. As escadas e os espaços escassos pouco parcamente divididos sendo assim aconchegantes claustrofóbicos e saudosos. Não era tudo de madeira antes parece. Um monte de gente revezando águas correntes de chuveiro com gatos molhados em azulejos. Cheiro de brigadeiro em pote que vem de mansinho perto da cabeceira da cama tremendo Parkinson. Muitos registros sons ré bemóis chances perdidas de revolta ou de adolescências florescendo nos cantos de madeira ali entre os plásticos com prazos de validade e estampas coloridas. Nomes próprios e títulos. Aquela mesma foto do mesmo menino dizendo o mesmo de sempre como quem sorri estampando o mofo de um tempo velho cheiroso de mar e peixe e cais e navios e pouca areia. Muitos bibelôs artesanais carvalhos girassóis cavalos-marinhos barquinhos diversos ampliados em quadrinhos e esculturas com tons primários pastéis. Nada mais brota. Nada mais brota na selva de louça de azuleijos da sala de leitura de livros de autores de lugares de verdade. Os corredores e o espaço pouco e escasso e de encontro com espelhos que reproduzem amplitude falsa como todo o azul celeste dessa falta de jardim. Sal a gosto tem que ir embora o quanto antes para além de todos nós. Que sagrado.

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