Muda

Percebi que a laranjeira novinha lá fora, plantada a umas três semanas, já está cheia de folhas novas, de laranjinhas surpreendentes e de vida. Já despontam uns novos galhos na plantinha, e a planta cresce de maneira assustadora, já já deve tomar todo o quintar e fazer uma sombra enorme. De muda a árvore, e eu nem vou reparar.
Aproveitei o novo layout do blog, que inclui uma ferramenta de busca que, dessa vez, funciona (experimentem! [?]), pra checar algumas palavras e ver com que freqüência elas aparecem nos meus textos. Dar uma checada no passado, ver como estão as coisas por lá. Com passagens de ida e volta, claro.
A palavra "Eu", dentre as pesquisadas, é a que mais aparece. Sou um completo egocêntrico, não é? Afinal de contas, ninguém quer saber nada sobre "eu", e ainda assim insisto em escrever textos (criptografados, as vezes, mas o blog é menos inocente do que eu pensava e os incluiu também) sobre mim.
Depois, temos "humano". Eu pretendia ser psicólogo, e nesses textos fazia uma belíssima análise da humanidade, das pessoas, baseando os meus argumentos em, digamos, mim. Então, dá pra somar "humano" e "eu" sem maiores problemas. São basicamente o mesmo assunto, mas de formas diferentes, apenas.
Aí vem "amor". Acho que eu era um baita dum romântico se fazendo de modernista. No fim, eu sofria de tuberculose, chorava todas as mágoas e morria aos 22 anos. Uma pena, são textos até bem legais, mesmo que só eu entenda a maioria deles. São textos, em geral, feitos pra um eu do futuro que vai fuçar as coisas velhas aqui e vai pensar "puts, como eu era tapado" ou lembrar com alguma nostalgia de coisas que seria melhor ter esquecido.
Então, temos uma gama de sentimentos ruins, como "perder", "sofrer", "solidão", "desistir", "cansei" e por aí vai. Cruzes, é de uma depressão minha que eu desconhecia. Ainda bem, eu gosto de me olhar e pensar que sou otimista, que não tem nada de muito errado, que são só problemas momentâneos que logo logo passa. Esses textos são uma válvula de escape muito boa, mas em compensação são todos uma porcaria. Desaconselho a leitura, nem eu suporto eles agora, blerg.
Uma das com menos postagens (três ou quatro, se não estou louco) é a "felicidade". Parece que, quando eu quero falar dela, eu costumo não dizer a palavra propriamente dita, por que os textos tratam dela como algo distante, mas eu tenho certeza que escrevi sobre a felicidade algumas vezes aqui. Talvez não seja tão óbvio, mas ela está aqui sim, ou estava, no passado esquisito que "eu" "humano" "amava".

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