Prazer.
Eu posso ser o único, mas tenho pavor de perder. Talvez, por esse pavor, eu perco constantemente, já me acostumei com o segundo lugar, já entendi que eu nunca vou ser melhor que ninguém. Por mais que eu faça e desfaça, me esforce, me proponha, nunca vou chegar à primeiro.
Tem uma porção de coisas que as pessoas costumam sonhar com. Eu, por exemplo, queria ser o melhor ator de um grupo de 20. Não consegui. Queria ser a pessoa que eu conheço que mais lê, não consegui. Queria saber fazer algo de verdade como ninguém sabe, queria escrever algo extremamente bom, queria ser o melhor amigo de alguém. Me vejo sendo gradativamente substituido, ultrapassado, contentando-me com o segundo lugar.
Vejo que, aos poucos, eu perco a minha vontade, que bate um sentimento de comodismo. Se me falta garra, eu paro, fico estagnado, desisto.
Vou de segundo a último.
Aí eu sou o pior filho do mundo, sou o pior aluno do mundo, sou a pior pessoa do mundo, eu mesmo me surpreendo com a minha monstruosidade.
Não me contento, posso perder o quanto for que eu vou ser sempre capaz de aceitar novos desafios, consciente de que, cedo ou tarde, eu vou perder.
Perdi.
Comentários
Parei de contar minhas conquistas com o número que vem nelas. Só você sabe que lugar oculpou, no desafio em que você se propôs, o quanto se dedicou, e quão satisfeito ficou.
A idéia de que cada humano é único e especial vai se perdendo conforme os tempos, mas é algo para se pensar sempre.
Além do mais, sei que existe alguma coisa em que você foi o primeiro, sei que sim.
Normal =p
Talvez você pode não ser o cara que mais lê, mas é o segundo que mais lê e ao mesmo tempo o segundo de um grupo de 20 e ao mesmo tempo o amigo de milhares de pessoas...
Ah Ked, você é demais e pronto. Nem precisa de matemática pra explicar isso. xD