Sociedade Cruel, A série

Por - BioHazard, Colaborador especial de horas [muito] vagas




Astolfo Meniz de Phorras teve uma infância difícil por causa de seu sobrenome.

-Gosta de 'leitinho' também, Phorras?!

 

Sua vida social declinava cada dia mais.

-Não vou falar com alguém que me lembra sacanagem.

 

 Na escola era um excluído, mas ninguém tinha culpa disso.

-É um animal antisocial, mesmo.

-Ele mesmo se exclui, né? Que coisa!

 

~~

 

Astolfo tenta esquecer seu passado ouvindo músicas clássicas durante o recreio.

O que não o ajudou a pegar muitas garotas.

-Piano para mim é coisa de viado!

 

Sabia tocar violino, porém seus dotes não passavam de motivos para mais piadas.

-Que tal tocar a minha 'gaita' agora, esquisito?

 

~~

 

Era um dos mais estudiosos da sala.

-CDF de merda!

 

Seu conhecimento, porém, não era valorizado por muitos.

-Ratos de biblioteca, não merecem muito a minha atenção, entende?

 

E para completar, os marginais nunca aceitaram a sua sabedoria.

-Gosta de aplicações de forças, não é? Vai adorar esse chute no saco!

 

~~

 

Sua reputação afetava sua vida amorosa.

Até mesmo durante as pegações na capela do colégio.

-Você escovou os dentes antes, seu escroto?!

 

Muitas foram as rejeições.
-Gosta de mim, Astolfo? Entra na fila.

E as alegrias duraram pouco.

-Sabe como é, você é bonitinho, mas o Eduzão aqui dança o créu e desce até o chão, cara!

 

~~

 

Um dia, Salsicha, seu cachorro e melhor amigo, foi descoberto

morto em uma grelha de churrasco.

-Você tinha um bichinho de estimação? Haha, pensei que os animais

tivessem medo de você!

 

Corre o boato de que Carlos, o marginal 4x4 da sala, foi quem cometeu o crime.
-Digo apenas que minha mãe sempre me ensinou a sempre comer de tudo...

 

Mas o novo piercing na barriga da Luíza era mais importante que qualquer outra coisa.

-NOSSA, AMIGA! Doeu muito?!
-Deve ter sofrido tanto, coitadinha...

 

~~

 

Um belo dia de sol, Astolfo mata 29 alunos de seu própria sala de aula, usando duas réguas e um compasso como ferramentas para seus crimes. Já passavam das 120 horas de negociações quando Astolfo resolve soltar um dos 15 reféns que ainda mantinha consigo para contar a história. Todos os outros foram mortos à tesouradas e acompanhados de um sorriso sádico no rosto de seu assassino.

 

  Logo em seguida, ele pula do prédio mais alto do colégio, rindo compulsóriamente, como se tivesse prazer em todo o horror que causara.

 

~~

 

Uma palavra é usada pela sociedade para definir Astolfo:

-Monstro!

Comentários

Victor disse…
Nunca imaginei que o estrago que pais brincalhões para com seu filho poderiam fazer para a sociedade era tão grande.
Piada tolinha à parte, muito bom o texto, congratulo o senhor Biohazard pelo trabalho! :3
Aliás, um adendo que penso ser relevante: teve um japonês que teve uma explosão dessas e matou um monte de pessoas não sei bem aonde. Detalhe para o sobrenome: Kato.
Temi.
Abraços!
Daysinhaa disse…
Eu ia comentar sobre o mesmo japonês que o rapaz de cima comentou... "/

Eu adorei o texto, e cá entre nós, acha que o Perdido seria capaz de fazer algo semelhante?

Não sei, acho melhor parar de mexer com ele (y)
Anônimo disse…
http://www.evernote.com/shard/s2/res/bf86e7c6-1428-46c2-862d-11169d996445.png :B
Anônimo disse…
-Sabe como é, você é bonitinho, mas o Eduzão aqui dança o créu e desce até o chão, cara!

HUAUHAUHAUHAUHAUHAUHAUHAUHA
rachei demais ><

muito bom esse texto, sempre penso nesses casos de 'jovem atira em colegas de escola e depois se mata' antes de tirar sarro de qualquer pessoa com poucos dotes sociais :/

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