Saia das entrelinhas
Os dedos sobre o teclado hesitaram, o cérebro expôs: como começar? A dúvida tão cruel vinha-lhe sobre a mente e, portanto, cabía-lhe única e exclusivamente retirá-la de lá decidindo-se por uma princípio.
"Eu não penso da forma que realmente penso"...
Parou de digitar. Os dedos novamente repousados sobre o teclado esperavam o novo conflito interno terminar. Queria, pois, contar ao mundo o que realmente sentia, como realmente era, quem realmente era. Queria contar tudo que se passava, tudo que lhe atormentava, os segredos e as aflições, a sua grande dor.
Queria que o mundo soubesse, mas não queria que o mundo soubesse. Não queria ser obrigado a dizer. Queria que o mundo percebesse, que o mundo notasse. Não que o mundo soubesse, tivesse certeza.
Apagou o que escreveu e recomeçou:
"Ele não pensava da forma como realmente pensava. Não era assim que funcionava, não conseguia ser franco. Precisava ser sutil, sublime, mostrando quem realmente era sem mostrar quem realmente era."...
Tornou a hesitar. O mundo, na verdade, não estava realmente nem aí pra ele. Não se daria ao trabalho de desvendá-lo, de procurar entendê-lo. O mundo não tinha tempo pra ele, e só compreenderia a mensagem da forma mais direta e franca possível. Era hora de ser prático, curto e grosso. Era vergonhoso adimitir tais coisas, mas queria, não queria, que o mundo finalmente olhasse-o e visse quem ele realmente era?
Desisti da terceira pessoa. Eu não penso dessa forma que eu realmente penso. Não é assim que eu funciono, não consigo ser franco. Estou tentando, agora mostrar que eu não sou quem você pensa que eu sou. Que eu não sou.
"Eu não penso da forma que realmente penso"...
Parou de digitar. Os dedos novamente repousados sobre o teclado esperavam o novo conflito interno terminar. Queria, pois, contar ao mundo o que realmente sentia, como realmente era, quem realmente era. Queria contar tudo que se passava, tudo que lhe atormentava, os segredos e as aflições, a sua grande dor.
Queria que o mundo soubesse, mas não queria que o mundo soubesse. Não queria ser obrigado a dizer. Queria que o mundo percebesse, que o mundo notasse. Não que o mundo soubesse, tivesse certeza.
Apagou o que escreveu e recomeçou:
"Ele não pensava da forma como realmente pensava. Não era assim que funcionava, não conseguia ser franco. Precisava ser sutil, sublime, mostrando quem realmente era sem mostrar quem realmente era."...
Tornou a hesitar. O mundo, na verdade, não estava realmente nem aí pra ele. Não se daria ao trabalho de desvendá-lo, de procurar entendê-lo. O mundo não tinha tempo pra ele, e só compreenderia a mensagem da forma mais direta e franca possível. Era hora de ser prático, curto e grosso. Era vergonhoso adimitir tais coisas, mas queria, não queria, que o mundo finalmente olhasse-o e visse quem ele realmente era?
Desisti da terceira pessoa. Eu não penso dessa forma que eu realmente penso. Não é assim que eu funciono, não consigo ser franco. Estou tentando, agora mostrar que eu não sou quem você pensa que eu sou. Que eu não sou.
Comentários
Diga-me quem es tu, Oh pobre homem
Que te direi que sou eu
Eu acho que você é que eu acho que você é, isso eu traduzo com um bordão
"Por dentro, uma personalidade minha
por fora, um conceito seu!"
Todos temos isso, é extremamente comum, você achar que as pessoas não te enxergam como você realmente é, e isso realmente acontece, eu também sinto isso, tanto que as vezes me pergunto o porque as pessoas ainda teimam em ter a minha amizade, puts eu não seria amiga minha, eu não andaria comigo se eu fosse outra pessoa... ;D
Alias, cada um tem a sua idéia da outra pessoa o que eu acho de você, com certeza não é o que as outras pessoas acham! ;)
FORA AQUELE FATO... xD
bjOs
Parece que não tenho controle de mim, e que de alguma forma, tudo sai confrme as outras que que não eu.
Já nem tenho tanto medo, as palavras "mutável", "instável", "inconstante" sempre me botam para cima, sendo desculpas esfarrapadas, claro, mas realmente minhas.
Btw, pra mim, você só é mais um garoto normal, como eu. :2
Penso eu que todos somos assim, alguns mais reprimidos que os outros, claro, mas essa incapacidade (ou deveria dizer necessidade?) de sermos um livro aberto é quase natural. É o instinto de preservação: não queremos nossos problemas expostos porque assim ficamos vulneráveis, mas não conseguimos lidar com eles sozinhos, em muitos casos.
Por isso é tolice achar que conhecemos uma pessoa completamente.
Então não se preocupe. Todos nós adoraríamos que as pessoas ao nosso redor notassem nossos problemas; paradoxalmente, todos nós também queremos mantê-los para ninguém mais além de nós mesmos.
Me estendi e devaneei demais, mas acho que consegui expressar meu ponto de vista ;x
Amplexos.