Típico, pra vocês.
O formulário me olha, indagativo. A pergunta que ele me faz não se refere à nenhuma matéria, não é quiz sobre conhecimentos gerais, não vale um milhão de reais. É só um pouco dos meus dados. Mas esse "um pouco dos meus dados" grita desesperadamente "TÁ LOUCO, RAPÁ?", e em seguida comenta estarrecido: "TU NÃO VAI PASSAR NISSO.".
A minha auto-estima é escrita com "u" por regra, mas está corretícima. "Alto" estima seria pedir de mais. A Fuvest é meu novo pesadelo, e o Enem é o sonho ruim que vem de premissa.
Um sorriso desliza na boca de qualquer pré-vestibulando agora: Ah, ele é só mais um otário que sabe quantas outras pessoas concorrem a mesma vaga que ele e está cagando de medo de não passar. Um sorriso se espalha no meu cérebro e morde parte da minha resposta, que sai só como um "Errado.". Os meus dedos me permitem vir jogar em vossas caras toda a verdade, ao menos.
Eu posso passar, sim. Nem estou realmente preocupado com a minha capacidade, na verdade. Trata-se de uma série de conceitos. Trata-se do que eu vou fazer com os próximos nove meses da minha vida.
São aulas e mais aulas, exercícios e mais exercícios, quilos de matéria. Um palavrão escapa por entre os números no cálculo de quanta coisa eu não preciso deglutir até o fim do ano, mas o que importa é o que mais me amedronta de tudo isso, além de várias outras coisas.
O tempo.
Ano que vem, se eu entrar em uma faculdade - que seja a Fuvest, que seja a USP, que seja a UFU - acabou-se. É virar alguém maduro de verdade, guardar o nariz de palhaço na gaveta e abrir os livros. Quilômetros de ônibus todos os dias, um novo futuro, horizontes ímpares. Uma beleza.
E esse ano, que não volta mais, vai ficar marcado aqui pra sempre na minha memória, como o ano em que eu decidi passar no vestibular. E só.
Não dou mais tanto valor à essa coisa de faculdade, mas me sinto estimulado à passar. Não é pra provar pra ninguém, não é pra provar pra mim. É pra usar o ano pra algo de útil, nem que seja mínimo. E que, ano que vem, as coisas piorem.
A minha auto-estima é escrita com "u" por regra, mas está corretícima. "Alto" estima seria pedir de mais. A Fuvest é meu novo pesadelo, e o Enem é o sonho ruim que vem de premissa.
Um sorriso desliza na boca de qualquer pré-vestibulando agora: Ah, ele é só mais um otário que sabe quantas outras pessoas concorrem a mesma vaga que ele e está cagando de medo de não passar. Um sorriso se espalha no meu cérebro e morde parte da minha resposta, que sai só como um "Errado.". Os meus dedos me permitem vir jogar em vossas caras toda a verdade, ao menos.
Eu posso passar, sim. Nem estou realmente preocupado com a minha capacidade, na verdade. Trata-se de uma série de conceitos. Trata-se do que eu vou fazer com os próximos nove meses da minha vida.
São aulas e mais aulas, exercícios e mais exercícios, quilos de matéria. Um palavrão escapa por entre os números no cálculo de quanta coisa eu não preciso deglutir até o fim do ano, mas o que importa é o que mais me amedronta de tudo isso, além de várias outras coisas.
O tempo.
Ano que vem, se eu entrar em uma faculdade - que seja a Fuvest, que seja a USP, que seja a UFU - acabou-se. É virar alguém maduro de verdade, guardar o nariz de palhaço na gaveta e abrir os livros. Quilômetros de ônibus todos os dias, um novo futuro, horizontes ímpares. Uma beleza.
E esse ano, que não volta mais, vai ficar marcado aqui pra sempre na minha memória, como o ano em que eu decidi passar no vestibular. E só.
Não dou mais tanto valor à essa coisa de faculdade, mas me sinto estimulado à passar. Não é pra provar pra ninguém, não é pra provar pra mim. É pra usar o ano pra algo de útil, nem que seja mínimo. E que, ano que vem, as coisas piorem.
Comentários
No mais, tenho certeza que os frutos do seu esforço serão doces, então, way to go, Ked. :B
Eu chego a pensar que tudo isso é uma bela procaria e que eu faria melhor ao me tornar, oficialmente, um vagabundo. Mas, a longo prazo, creio que os frutos serão doces, como disse o ximbungo acima.
Respeito muito sua decisão de estudar para passar, mas esse não é exatamente o marco para o amadurecimento, ele vem não por estar fazendo coisas que gente madura faz, mas com o a aceitação de idéias que substituem as antigas, e isso na maior parte das vezes acontece de maneira uniforme em cada parte de sua vida.
Vai sentir saudades, mas todos nós sentimos, ainda assim não podemos recuperar tudo, o tempo é areia que escapa por nossos dedos.