Sobra tanta falta.
Só percebemos o abandono quando ele já está ali do lado. Quando ele já entrou na nossa casa, deitou na nossa cama, roeu nossas meias e pediu nossa irmã em casamento. Aí sim, percebemos que fomos abandonados.
O sabor amargo da solidão. Não a solidão próspera, que resulta no conhecer de si mesmo. Essa solidão que vos falo deveria ter outro nome, por que, apesar de igual na aparência, tem essência diferente: é a falta de alguém. Alguém em específico, o abandono.
É uma proteção própria. Nós só vamos perceber que já não temos mais quem fazia diferença quando for tarde de mais, quando não der mais para recuperar. Chorar sobre o leite derramado quando nem percebemos que ele tinha começado a ferver.
Tapem nossos olhos, para que ignoremos esse fato. Uma venda viria a calhar. Quero não perceber que já me deixaram, para que, quando eu esticar os braços pra um abraço, me falte apoio, me sobre o ar, me resulte a falha: o vazio de você, o inevitável escuro, a temida solidão.
Por que nem sempre estamos ali pra quem precisa que estejamos. Por que não é culpa nossa, os vendados são eles. Os abandonados, ambos.
Quem sofre na perda, sou eu.
Conto-lhe aqui que já esqueci como se conta. Já esqueci quem poderia ser o alguém a preencher o espaço que vaza ao abraço. É simples, quando se acostuma com a solidão. Não é a primeira vez, nem será a última. Pra sempre estarei aqui, abraçando o vazio, na esperança de que, ele sim, vá embora.
O sabor amargo da solidão. Não a solidão próspera, que resulta no conhecer de si mesmo. Essa solidão que vos falo deveria ter outro nome, por que, apesar de igual na aparência, tem essência diferente: é a falta de alguém. Alguém em específico, o abandono.
É uma proteção própria. Nós só vamos perceber que já não temos mais quem fazia diferença quando for tarde de mais, quando não der mais para recuperar. Chorar sobre o leite derramado quando nem percebemos que ele tinha começado a ferver.
Tapem nossos olhos, para que ignoremos esse fato. Uma venda viria a calhar. Quero não perceber que já me deixaram, para que, quando eu esticar os braços pra um abraço, me falte apoio, me sobre o ar, me resulte a falha: o vazio de você, o inevitável escuro, a temida solidão.
Por que nem sempre estamos ali pra quem precisa que estejamos. Por que não é culpa nossa, os vendados são eles. Os abandonados, ambos.
Quem sofre na perda, sou eu.
Conto-lhe aqui que já esqueci como se conta. Já esqueci quem poderia ser o alguém a preencher o espaço que vaza ao abraço. É simples, quando se acostuma com a solidão. Não é a primeira vez, nem será a última. Pra sempre estarei aqui, abraçando o vazio, na esperança de que, ele sim, vá embora.
Comentários
Muito Foda.
Tá de parabéns, cara.
Misterio, mistérioo.
Não sei se você escreveu, porque está se sentindo assim, ou se gosta desse "tema", eu prefiro e acho que é a segunda opção, porque passar pela primeira é totalmente ruim, e eu me sinto assim sózinha muitas vezes e sempre quando mais preciso.
bjO
Tá SUPIMPA
MANEIROOO
;)
O ciclo natural é real, vamos conhecer muitas pessoas e elas irão se depedir de nós algum dia, mas irão sabendo que elas foram, pelo menos, uma pequena parte do que somos agora.
Creio que não seja essa a melhor cura para a solidão do abandono, mas aceitar isso e se deixar mudar pode ser um bom começo.