Na grama

Eu resolvi, num súbito ato de conspiração contra a humanidade atual e todo e qualquer afeto que eu ainda tenho pelo 'Cafeína, por favor', arrastar o dono do supracitado blog pra cidade mais entediante do país na esperança de que, talvez, ele não ficasse tão entediado à ponto de escrever mais um maldito texto sobre o tédio, que rendem muitos comentários - sabe-se lá por que raios.
A manobra arriscada deu resultado: ele se entediou o sufiente pra pensar na possibilidade de escrever mesmo um texto sobre o tédio, mas o último dia, o dia em questão no restante do texto, muito possivelmente fez com que ele esquecesse essa possibilidade.
Patinhos. Patinhos por todo um enorme laguinho mergulhando e nadando numa alegre tarde de verão. O Jardim botânico era o paraíso de todo uma harmonia de cores estoanteantes dignas de um filme da Disney bem brega, com direito à talvez Cher como trilha sonora. Os pássarinhos cantavam, a grama balançava com a briza e os loiros caminhavam por toda a extensão do Jardim Botânico, em Curitiba. E nós, um bando de pessoas que percorreram 450km de Pitanga até a metrópole modelo do país, esperávamos um garota loira aparecer, talvez de trás de uma moita, dizendo "TE PEGAY EM MOSOS".
Pois bem. Depois de alguns atrasos não combinados, ela apareceu, correndo feito louca, me olhando com cara de quem pretende pular em mim com a intenção de me derrubar na grama. E foi exatamente o que ela fez, apesar de o meu tamanho absurdamente avantajado tenha impedido o desastre que seria nós dois caindo na grama de súbito. E um abraço apertado digno de 750km de distância e dois anos de amizades binárias aconteceu ali, com todo mundo olhando, enquanto uma outra pessoa (sexo indefinido pra manter o suspense), de camiseta azul, se aproximava cautelosamente. Foi abraçada assim que a garota loira, que eu chamaria aqui de "Tri" para manter a identidade em segredo, resolveu me largar. O moderador que chamarei de "Défi" pelo mesmo motivo foi abraçado em seguida, e aí ocorreram as apresentações formais do resto da trupe, famílias e todos o resto.
Arrastamo-nos, de mãos dadas eu e a Tri, pela rua, cantando o que lembrávamos de uma música muito nostálgica. O cabelo da Tri é tão ou mais legal que o do Défi, mas é loiro e portanto perde pontos. Não me decido qual dos dois é mais legal de mexer. Não que eu realmente precise decidir. Mas o da Tri é gostoso, todavia - mesmo sem lamber o do défi.
Voltamos pro paraíso (que o Défi continua a chamar de Éden) que era o jardim botânico e começamos a andar por lá. O Lugar é mágico. a grama é mais verde, as planícies são mais bonitas, os quero-queros são mais starlys. As pessoas andavam ali, olhando tudo ao redor, os labirintos, as pedras, os chafarizes. Os lugares legais pra se sentar. Até que eu resolvi tirar o boné do défi e começar um esporte novo que envolve urtigas, gente correndo e um pouco de maldade para com um garoto de azul.
O boné voava alegremente de um lado para o outro, por cima do chafariz de um jardim zen demais pra isso, enquanto nós corriamos enlouquecidamente como se o mundo fosse acabar em seguida. O lugar estava deserto, e era divertido ouvir os três autistas rindo de morrer com uma idiotice do gênero. Até que os mesmos foram andar mais uma vez, e encontraram depois de muita andança e conversa, uma colina divertida com uns Starlys e uns Staravias no topo, que lembrava fortemente algum cenário de Shadow of the Colossus. Subimos os três, e sem cerimônia nenhuma, a senhorita Tri se jogou sobre as minhas costas e nós descemos correndo a colina com cuidado para não quebrar nenhuma parte do corpo.
O resto da tarde se extendeu enquanto nós estavamos deitados na grama, conversando e fazendo coisas que apenas pessoas muito carentes fariam enquanto outras mães horrorizadas viravam as crianças bruscamente como se quisessem protegê-las de algo que elas já vêem todos os dias no SBT enquanto Naruto está no ar. E foi divertidíssimo ao extremo, devo dizer, passar uma tarde na grama com duas pessoas mais que altamente abraçáveis, sem me preocupar com a bronca que eu iria levar de ter demorado bem mais que meia-hora. E o Défi corria atrás dos Starlys de uma maneira bem Horrorshow, que nem mesmo Ash Kettium faria.
E vivam os códigos binários que se atrevem a abraçar o monstro gordo que vos fala.

Comentários

Anônimo disse…
Lendo esse texto lembrei-me de "muitos primeiros momentos" (digo assim porque os momentos bons que vivi foram para mim algo bem único e que dava gosto de ser uma primeira vez) dignos de muita euforia e saudades.
Reencontros, encontros, despedidas... E também já passei tardes deitado em uma grama com alguém bem especial, uma coisa inesquecível.
E é interessante ver como um dia, que só seria mais um dia, se torna um momento tão raro num mundo de tantos aborrecimentos e problemas.

OBS: Não sei se você lembra de mim, eu tinha um blog e acabei por deletá-lo. Se quiser me adiciona no msn: pedro_hastenreiter@hotmail.com
Daí a gente pode manter um contato e conversar, talvez.

Abraços, ótimo texto.
Pedro Henrique Hastenreiter
Daysinhaa disse…
Ah o verão...

Então eu fiquei com vontade de conhecer esse paraíso xD

Imagino a tentativa de queda na grama não bem sucedida da Tri.

O abraço!!

xD


bjO
Anônimo disse…
ii
Eu fiquei com vontade de ver esse paraisoo lindooo
E ver o maravilhoso trioo se abraçar na gramaaaaa =]
Esse maravilhosoo trioo se abraçar meo deoooo a maior carenciaa ¬¬
So pa deixar a inveja brancaaaa
Otimo textooo
beijoo
te amo
Anônimo disse…
Me senti lendo Alice no país das Maravilhas.
Anônimo disse…
Ah, tirar umas férias é sempre bom. Não só não ter que se preocupar com estudos e o futuro, é dar umas férias ao seu cérebro também. E parece que você curtiu mesmo. E o clima do texto ficou bem fábula mesmo, muito bom.

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