E o fim

Quando sentamos na sala de cinema, vendo os trailers de outros filmes e esperando ansiosamente por algo não muito longo nem muito curto e que nos agrade profundamente, que nos faça sorrir e que nos faça pensar ou, de alguma outra forma, adorar o tempo que permanecemos sentados vendo tudo acontecer e apenas curtindo, estamos vendo algo que já sabemos, em geral, como começa.
É raro, hoje em dia, ir ver algum filme no cinema sem antes ter lido a sinopse, sem antes ter ouvido comentários de amigos, muitas vezes até sem antes saber o final. Vamos para o previsível, na esperança de ver o que nós ouvimos e/ou lemos em algum lugar.
Mas uma sinopse e alguns comentários de amigos não passam todo o esplendor que um filme pode ter, passando nas suas duas horas de duração todo tipo de sentimento ao contar uma história que talvez você até já imagine como vai acabar, mas que pode mudar repentinamente e ir contra o que você esperava, tornando tal ato muitas vezes melhor, ou pior.
E muitas vezes vamos ao cinema esperando um grande filme, uma produção talvez não Hollywoodiana ou um blockbuster cheio de cenas de ação. Mas apenas esperamos que o filme agrade no seu decorrer, mesmo com os pontos altos e baixos inevitáveis em todas as produções que vemos por aí. Temos, às vezes, o azar de ver filmes que tem mais partes ruins do que boas e, nessas horas, é bom estar acompanhado, curtir alguém enquanto o filme está apenas de enfeite, sem ligar para o que realmente está se passando na sua frente, sem ligar para o que vai acontecer depois. Mas, para quem entra em uma sala de cinema sozinho e vê o filme que prometia tanto acabar em uma grande ladainha, tem ainda a opção de sair da sala, abandonar todos os outros que se propuseram a ver o filme com você - de maneiras e lugares diferentes - e talvez voltar outro dia para finalmente escolher algo que valha a pena.
Mas então, o ano vai finalmente acabando, e eu não vejo os créditos finais.