Uma análise biológica e cotidiana que poderia (e apenas poderia) ser baseada em fatos reais
É divertido observar o ser humano passar por dez minutos de fila, entre outros seres humanos, esperando um pão de queijo não muito grande que possivelmente não devia custar metade do que está custando. Observar o mesmo passar os dez minutos na fila, pacientemente aguardando sua vez, os olhos cobiçando o amontoado de cinco pães de queijo, imaginando um deles tornar-se seu almoço, com o estômago roncando e a barriga doendo em resposta. Não. A barriga não dói em resposta ao estômago do pobre ser humano que se encontra já bem na frente da fila, muito próximo a sua refeição, possivelmente a única durante várias horas. A barriga dói em desesperada tentativa de comunicar-lhe que algo anda tremendamente errado e que, não apenas na barriga, mas em todo o seu sistema digestório e tão logo o excretório, que pedirão clemência junto com algo que eles costumam chamar de cueca.
É divertidíssimo, também, observar o ser humano, atrás de míseros outros dois seres humanos, abandonar a fila de dez minutos, com uma expressão aparentemente pensativa que na verdade esconde o seu desespero em arranjar logo um lugar para poder acalmar todo o seu sistema digestório que reclama dos amendoins murchos do dia anterior, que aparentemente recusam-se a agir da maneira sóbria que todo amendoim normal e crocante age ao encontrar o suco gástrico.
E já não faz mais diferença para o pobre ser humano, que corre em desespero por avenidas - de uma forma talvez até cômica em meio ao seu terror -, se os seus anticorpos sabem que aquilo é apenas amendoim murcho e que, por mais mal que ele esteja fazendo ao seu corpo, ele sairá dali cedo ou tarde. Cedo de mais, talvez.
E, ao alcançar finalmente um banheiro, no desespero louco de conseguir desenterrar qualquer substância murcha ou mesmo não agradável aos seus órgãos, o ser humano que há poucos instantes aguardava calmamente na fila de uma lanchonete qualquer e medíocre, desata a eliminá-los, numa fúria digna de fase final de Tetris, com montes de peças caindo enlouquecidamente.
E, ao finalmente chafurdar-se relaxadamente, pensando que tudo tinha acabado, cuidar de toda a sua higiene e, por fim, sair do banheiro, o ser humano volta à lanchonete, em busca de um dos pães de queijo que já não mais lhe aguardam no balcão. Estão agora calmamente penetrando faringes e tão cedo encontrarão com o nosso já conhecido suco gástrico.
Viva o milagre da biologia.
Comentários
Ked, tô torcendo por você ;D
Ja sabe a materia da prova de amanha!
Bom, pelo menos metade dela.
xD
e salve o amendoins
mesmo murcho
vosse comeu amendoins velhos e teve diarreira risos
*: