Seltsam. (,)[.]{.}

"Por que raios você escreve essa joça?"
Foi uma pergunta rápida, direta e objetiva que alguém (que chamarei aqui de Mario - nome científico do cara que...) me fez depois de ler Exit.
Exit, para desinformados de plantão, é minha Fic - que eu agradeço ao tio Rod por criar a base para tal e me ceder o direito de escrevê-la, já que a história é dele no fim das contas.
A resposta, no momento, foi "Por que eu prometi". Mas na verdade, eu vi que não era só a promessa que me mantinha preso à Exit, que não era só por que eu tinha dito ao Rod que faria tal estória. Os próprios personagens me cativam, tenho mais afeto por eles do que por muitas pessoas que eu conheço. Passei um ano pensando em como seria o enredo, onde estavam os problemas da história, como os personagens agiriam, personalidades, nomes, circunstâncias. Enfim, é uma coisa que já faz parte de mim, já está no meu cotidiano. Ver coelhos e cartolas imediatamente me remete ao último capítulo que escrevi, ou imagino como Raphael agiria naquele momento. Jogar banco imobiliário me traz à tona a descrição do primeiro capítulo sobre a loja onde Kellyn e Erick compram Off. O Balão da WWF me remete à uma grande pintura cinzenta que vai se colorindo lentamente.
É algo que já não posso evitar. Momentos livres em uma carteira da escola significam coelhos, cartolas e sapos. Personagens desenhados em folhas soltas do caderno, rascunhos de cena. Penso que, aos poucos, escrever exit já é tão parte da minha vida que torna-se recorrente, mas nunca cotidiano. É algo que faço por prazer, não por obrigação.
Tirar coelhos de cartolas é algo que apenas Raphael pode fazer com maestria. Escrever exit é, talvez, algo que somente eu posso.